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quarta-feira, 20 de abril de 2011

Tempos Modernos

Análise do filme Tempos Modernos de Charles Chaplin
1 – Início do Filme (ovelhas e operários)

            No início do filme é observado um rebanho de ovelhas que logo é substituído pela imagem de operários de uma fábrica rumo ao seu trabalho. Um paralelo lógico que relaciona o ser animal (irracional) com o homem. Como se o ser humano fosse um rebanho, uma massa conduzida e sem direito de reclamar. Nota-se uma pressa em mostrar a responsabilidade do trabalho em massa do proletariado, ao qual objetiva um processo desumano imposto pela maquinofatura ou maquina.

2 – O regime de trabalho na fabrica;

            A vida dos operários era interligada com o relógio. Na fabrica o tempo marca a vida do trabalhador, onde passa quase o dia todo trabalhando, sem direito a descanso, lazer e nem ao menos se alimentar direito. A exploração é elevada a exaustão, a ponto de o operário perder seus sentidos. O personagem de Charles Chaplin é um trabalhador de uma fabrica e seu serviço destina-se em apertar parafusos em uma produção em serie numa velocidade impressionante, sem que o ritmo se altere, pois a produção estaria comprometida. Além de trabalharem quase 16 horas por dia, os operários tinha que dar conta do serviço, pois eram monitorados, através de circuito interno de televisão, pelo dono da fabrica.

3 – A crise econômica: o desemprego

Pode-se comparar com o crack da bolsa de valores de Nova Iorque em 1929. Em épocas distintas, mas com uma proporção de desempregos sem precedentes. Vale ressaltar que o caos era óbvio, a população sofria com a falta de emprego. As maquinas realizavam o trabalho de 10 e talvez 20 empregados. No filme mostra a concentração de desempregados e a luta de se conseguir um emprego, uma concorrência desumana que acarretava um sofrimento do proletariado.

4 – Situação de desempregados e órfãos

            O transtorno psicológico causado no pai de família em não conseguir o pão de cada dia para suas filhas, órfãs de mãe e consequentemente do próprio pai, era evidenciado no decorrer do filme. Os órfãos tinham que roubar para se alimentar e a necessidade de fugirem da internação do orfanato era característica da companheira de Carlitos (personagem de Charles Chaplin). As revoltas também marcaram tempos modernos e sempre Carlitos, desempregado e no lugar errado, era recolhido a prisão.
            Sem dinheiro e sem esperança muitos desempregados sofriam com a falta de melhores condições de vida. Portanto a miséria era aparente e levava todos os desempregados à ela.

5 – Repressão policial

            O desemprego e a luta do proletariado contra seus empresários capitalista originam os movimentos que eram reprimidos pela polícia, pois as revoltas eram contra os interesses da revolução Industrial, ou seja suas reivindicações iam de contrário aos interesses da iniciativa privada e do governo.
            A repressão eram duras e severas com os desempregados, até mesmo o desastrado Carlitos que só estava na rua, foi considerado o líder do movimento e logo, preso. Mostrando o descaso com todas as pessoas, proletariado ou não.

6 – A procura por trabalho e moradias

            A união, por acaso, de um desempregado com uma órfã, ocasionam a procura de um lar e um trabalho. Percebe-se que eles até conseguem os empregos em um restaurante e até mesmo um lar caindo aos pedaços, realidade vivenciada pelos personagens Carlitos e órfã. Carlitos volta a trabalhar na fábrica como ajudante de mecânico, mas não obtêm êxito por muito tempo, voltando a estaca zero. A dificuldade de conseguir trabalho é mostrada desde o início do filme até o seu final. O desejo de conseguir um trabalho digno e uma casa com condições de moradia é um paradoxo com sua realidade.

7 – A expectativa de vida melhor

            Ao vermos as duas personagens sentadas e olhando um casal com todas as condições propícias de vida. A imaginação de Carlitos (Charles Chaplin) e sua companheira começa a fluir. A expectativa de uma vida melhor exemplificada no fator real daquele casal ao qual Carlitos e a órfã viram, tornou-se cada vez mais freqüente em suas mentes: conseguimos contemplar o modelo ideal de vida, Carlitos empregado casado com a órfã, morando numa casa em que tudo aparecia na porta, o leite da vaca etc. Enfim ao final os dois vagabundos de mãos dadas caminham na expectativa de uma melhor vida, mas sem destino certo.
            Portanto mesmo com as dificuldades encontradas, os trabalhadores tinham um sonho de uma vida melhor, mais digna e igualitária.

Fonte: Tempos Modernos( O filme)

sábado, 16 de abril de 2011

 Avatar na perspectiva da geopolítica



                A busca de espaço, e principalmente espaço produtivo, por grandes nações é histórico, vale ressaltar países europeus na corrida colonial: Portugal, Espanha, França, Inglaterra e Alemanha. O ultimo utilizou, em termos ideológicos, a teoria de ratzel: O espaço vital para o acumulo de poder.
O capitalismo, após a revolução industrial, ajudou o estado a promover a hierarquia entre gigantes e pequenos. A ambição dos países desenvolvidos não tem limites. A comparação do filme avatar com “euforia” norte americana em conseguir “espaço financeiro” se evidencia no transcorrer das cenas. A invasão do planeta dos nativos em busca de um metal valiosíssimo se assemelha nas invasões do Iraque, e agora da Líbia. É preciso lembrar que os países acima citado são grandes produtores de petróleo, mineral símbolo do capitalismo.
                A destruição da cultura dos nativos, assim como parte de seu planeta, é de emotivar as pessoas que assistem ao filme Avatar. O jogo de interesse e a ideologia, dos seres humanos, são colocados em prática quando uma pessoa é selecionada para aprender os costumes dos seres do planeta Pandora e para isso utiliza um “Navi” (nome do ser de pandora) projetado na Terra para ser utilizado por um ser humano, num processo de troca de mente. Porém a pessoa que fazia parte desse experimento vira a injustiça e ambição do ser humano com os nativos, e entraram numa grande guerra, uma guerra tipo a que os Estados Unidos entraram contra o Vietnam e o fim foi o mesmo, tanto os EUA quanto os “Senhores dos Céus”, os humanos chamados pelos Navis no filme, não conseguiram vantagens, mesmo com tanta tecnologia, pois não eram filhos “daquela terra”, daquele ambiente em que os seres de origem souberam aproveitar e conseguir vantagens necessárias para expulsar os seus opressores.
                A disputa territorial, do espaço, o jogo de interesse e a ideologia evidenciada tanto na ficção quanto na vida real são de preocupar. Depois que as potências conquistarem “o petróleo” e/ou Oriente Médio, quem garante que a próxima vítima não seja América Latina? Países como Brasil e Venezuela devem abrir os olhos.


fonte: Filme Avatar e blog Observatório do Agreste.

quarta-feira, 9 de março de 2011

PHARMAKON

PHARMAKON

Saudações @ todos!!!. Esperamos que a leitura agrade sendo uma boa fonte de informação e útil de alguma forma. O filósofo grego Platão, se referiu a linguagem como pharmakon. Termo que originou a palavra pharmáco, daí a nossa palavra pharmácia, que possui três sentidos principais. São eles: remédio, veneno e cosmético. Platão considerava que a linguagem poderia ser um remédio para fortalecer o conhecimento. Porque é pelo dialogo que trocamos idéias, ouvimos opiniões, descobrimos e aprendemos coisas novas, com os outros remediando a ignorância. Também considerava que poderia ser um veneno que seduz e nos faz aceitar fascinados, o que lemos ou escutamos, sem mesmo indagar se tais palavras são verdadeiras ou falsas. A linguagem venenosa coloca quem a ouve a disposição de quem a expressa, a classe dos eleitores que o diga... Podemos nos defender deste veneno quando indagamos, pedimos prova e questionamos o que ouvimos. Neste caso, aquele que utiliza a palavra para seduzir, inicia então um novo discurso, utilizando a palavra como um cosmético (maquiagem), tentando manter uma ilusão mascarada da verdade de uma forma paliativa. No nosso dia a dia, podemos perceber que as palavras ditas pelos outros nos atinge, seja de forma agradável ou não. O efeito que ela produzirá em nós, dependerá da nossa capacidade de entender/compreender mantendo ou não aquela sintonia. Percebendo que a palavra tem o poder tanto de construir quanto de destruir, de revelar quanto esconder. Seja para bem ou para mal, usa-la da forma correta, cabe a cada um optar. O Zine PHARMAKON não visa à difusão de idéias e propostas absolutas e dogmáticas e sua edição não se baseia no centralismo, por isso contamos com opiniões, criticas, assim como o apoio com notas e informes para futuras publicações. Não queremos de forma alguma impor condições a ninguém, por isso esperamos uma troca de idéias. Acreditamos que com o tempo quebraremos as barreiras que impedem muitos homens de pensar e agir livremente, enquanto esse dia não chega, contamos com apoio e solidariedade de todos. Aqui encerramos este editorial desejando-lhes, boa leitura e que tirem suas próprias conclusões dos conceitos desta publicação.Abraços e até a próxima!!!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

PRODUTO ORGÂNICO


O produto Orgânico é cultivado sem o uso de adubos químicos ou agrotóxicos. É um produto limpo, saudável, que provém de um sistema de cultivo que observa as leis da natureza e todo o manejo agrícola está baseado no respeito ao meio ambiente e na preservação dos recursos naturais. Por outro lado, no longo prazo, os métodos orgânicos de produção, ao equilibrar o meio ambiente e trabalhar de modo harmônico e convergente em relação ao tempo, ritmo, ciclos e limites da natureza, tende a reduzir substancialmente seus custos, podendo até mesmo competir com o agroquímico em termos de produtividade e resultados econômicos, sem entretanto apresentar os aspectos negativos já conhecidos desse sistema de produção. A Diferença entre Produto Orgânico e Hidropônico é baseado no método de produção a hidroponia é produzida na água e seus produtos obtém nutrientes através de adubos químicos solúveis. O cultivo orgânico dispensa todos os produtos químicos e utiliza apenas adubos naturais. Produto orgânico e Produto natural – todo produto vegetal é natural, mesmo aquele cultivado com agrotóxicos e adubos químicos. Portanto, produto natural não significa necessariamente que seja produto orgânico. Procure a palavra orgânico na embalagem. O Selo de Certificação de Produtos Orgânicos é importantíssimo para uma melhor qualidade. O selo é a sua garantia de estar consumindo produtos orgânicos. O IBD – INSTITUTO BIODINÂMICO DE DESENVOLVIMENTO RURAL, localizado em Botucatu, São Paulo, fiscaliza e certifica produtos orgânicos no Brasil de acordo com normas internacionais. Este selo só e conferido após rigorosos exames de controle de qualidade de solo, água, reciclagem de matéria orgânica, dentre outros. No Brasil existem 45 produtores com o selo orgânico fornecido pelo IBD. Os principais alimentos orgânicos produzidos no Brasil são representados pela, soja que ganha com 31% seguida de hortaliças (27%) e café (25%). A maior área plantada é com frutas (26%), depois cana (23%) e palmito (18%). São esses os principais produtos orgânicos: Cana-orgânica, soja orgânica, cacau orgânico, citricultura orgânica, gengibre orgânico, Guaraná orgânico, Manga orgânica, Morango orgânico, Pêssego orgânico, rapadura orgânica, tomate orgânico, Uva orgânica. São vários motivos para Consumir Produtos Orgânicos: Evita problemas de saúde causados pela ingestão de substâncias químicas tóxicas; alimentos orgânicos são mais nutritivos; Alimentos orgânicos são mais saborosos; Protege futuras gerações de contaminação química; Evita a erosão do solo; Protege a qualidade da água; Restaura a biodiversidade, protegendo a vida animal e vegetal; ajuda os pequenos agricultores; Economiza energia; O produto orgânico é certificado.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

CAATINGA

Peter Mix


Espécie da Caatinga, adaptada à vegetação caracterizada por escassez de água


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A Caatinga abriga um Brasil das mais profundas contradições e desigualdades sociais, com os mais baixos índices de desenvolvimento humano, com elevados percentuais de população empobrecida, decorrentes de um processo de ocupação espacial que explorou a natureza de forma predatória, concentrando terra e poder no domínio de poucos.
Um Brasil onde o acesso à água em muitos lugares ainda não se consolidou como direito básico, mas que possui uma dinâmica articulação de organizações da sociedade civil, que tomou para sai responsabilidade de resolver este problema e mudar uma paisagem ainda dominada por oligarquias políticas.
Um Brasil onde mais de 30% da energia é gerada por lenha retirada da natureza de forma predatória, mas que abriga um complexo hidrelétrico que fornece energia para as grandes metrópoles nordestinas e para todo o seu parque industrial. Um Brasil que há mais de um século expulsa sua população para outras regiões do País como mão-de-obra barata. Um Brasil que em boa parte da população passa fome.
A paisagem da Caatinga reflete um clima de abundância de raios solares, com temperaturas elevadas na maior parte do ano; de chuvas escassas e irregulares, com longos períodos de secas e precipitação anual média variando, aproximadamente, entre 400 e 650 mm; de rios intermitentes e sazonais, com volume de água limitado, insuficiente para a irrigação, com exceção do Parnaíba e do São Francisco; e de uma paisagem onde boa parte dos solos são rasos e pedregosos e o subsolo abriga grandes rios subterrâneos.
Tem ainda uma rica biodiversidade vegetal e animal, que não é de toda conhecida, onde abundam cactos e uma infinidade de espécies endêmicas. Mas essa é apenas uma parte da história do único bioma brasileiro distribuído exclusivamente em território nacional e que, assim como o Cerrado, não foi considerado Patrimônio Natural do País na Constituição de 1988.


As caatingas


O nome Caatinga tem origem tupi-guarani e significa floresta branca, um retrato típico da vegetação onde, durante a seca, as plantas perdem suas folhas para reduzir a perda de água e os troncos adquirem um tom branco-acinzentado.
Está distribuída em 844 mil km2, que correspondem a 9,92% do território nacional, 60% do Nordeste ou 1,2 mil municípios. Engloba integralmente o Ceará, a maior parte do Rio Grande do Norte (95%), da Paraíba (92%) e de Pernambuco (83%), mais da metade do Piauí (63%) e da Bahia (54%), quase metade de Alagoas (48%) e Sergipe (49%) e pequenas porções de Minas Gerais (2%) e do Maranhão (1%), de acordo com o Mapa de Biomas do Brasil, lançado em 2004 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério do Meio Ambiente.
Ao contrário de uma paisagem homogênea como geralmente é veiculada noutras regiões, existem 12 tipos diferentes de “caatingas” e ambientes associados. Há desde florestas altas e secas com árvores de até 20 metros de altura, a chamada caatinga arbórea, até afloramento de rochas com arbustos baixos e esparsos, com cactos e bromélias saindo das fendas do solo, como é descrito no Ecologia e Conservação da Caatinga, um dos mais completos livros sobre o bioma menos estudado do País. Há ainda o “mediterrâneo” sertanejo, definido por Darcy Ribeiro em O Povo Brasileiro, dos brejos florestais, várzeas e serras; áreas mais úmidas e de clima mais ameno.
São 932 espécies de plantas, sendo 318 endêmicas. A Adaptação ao clima semi-árido resultou em plantas tortuosas, de folhas pequenas e finas ou até reduzidas a espinhos, com cascas grossas e sistema de raízes e órgãos específicos para o armazenamento de água, como cactos, sendo predominantes o mandacaru (Cereus jamacaru) e o xique-xique (Pilosocereus gounellei), as barrigudas (Cavanillesia arbórea), o pau-mocó (Luetzelburgia auriculata) e o umbuzeiro (Spondias tuberosa), descrito como a “árvore sagrada do sertão” por Euclides da Cunha, em Os Sertões, porque além de saciar a sede do sertanejo tem múltiplos usos. Das folhas, saem saladas; do fruto, polpa para sucos, licor e doces; e da raiz, farinha comestível, ou vermífugo.


Plantas medicinais


O uso medicinal das plantas, aliás, é muito difundido pela população que habita a região da Caatinga, sendo folhas, raízes e cascas, entre as quais as da catingueira (antidiarréica), do jerico (diurético) e do angico (adstringente), itens obrigatórios das tradicionais feiras e mercados locais. Criado em 1985, o projeto Farmácias Vivas, da Universidade Federal do Ceará, já selecionou em comprovou cientificamente a eficácia de mais de 60 espécies de plantas medicinais do Nordeste, como as características aintiinflamatória e cicatrizante da aroeira-do-sertão (Myracrodruom urundeuva), uma das plantas de uso ginecológico mais comum e antigo da medicina popular do Nordeste no tratamento pós-parto. Unindo sabedoria popular e conhecimento científico, a proposta, pioneira, que fornece acesso a atendimento fitoterápico a comunidades carentes do Estado, motivou o governo do Ceará a criar o Programa Estadual de Fitoterapia, que tem sido replicado em diferentes partes do País.
Outra árvore nativa da Caatinga de grande importância por suas múltiplas unidades é a sabiá (Momosa caesalpínifolia), que fornece madeira de excelente qualidade para estacas, para o plantio em cerca-viva, para alimentar as abelhas com suas flores e como forragem com suas folhas. Planta adubadeira e produtora de corante.
O sabiazeiro, a catingueira e o angico, assim como o jucá, o mororó, a catanduva e a jurema-preta, entre outras espécies, são também utilizadas em residências industriais para a produção de lenha e carvão vegetal para a geração de energia e como matéria-prima para a construção de habitações e alimentação de animais. Recursos naturais retirados, na grande maioria das vezes, de forma predatória. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, o consumo de madeira nas residências é de 39 milhões de metros esteres/ano (metro cúbico de madeira retorcida, típica do semi-árido) e nas indústrias, de 29 milhões de metros esteres/ano. De acordo com o prefácio do ex-presidente do Ibama, Marcus Barros, para o Ecologia e Conservação da Caatinga, “hoje é difícil encontrar remanescentes maiores do que 10 mil hectares no bioma”.
Realizada em 2006, a atualização do estudo de Avaliação e Identificação de Áreas e Ações Prioritárias para Conservação e Utilização Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira, compromisso do governo brasileiro como signatário da Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD), identificou 292 áreas prioritárias para a conservação da Caatinga. Essas áreas equivalem a 51% da extensão total do Bioma, totalizando 442.564 km2.
A criação de unidades de conservação (UCs) foi a ação mais recomendada para as áreas prioritárias (24,6%), seguida de recuperação de áreas degradadas (9,4%), a criação de mosaico/corredor (5,11%) e fomento ao uso sustentável (2,18%). Atualmente, as unidades de conservação (UCs) correspondem a apenas 2% da área total do bioma. Os cientistas defendem a ampliação para 10% da área total protegida por UCs na Caatinga no prazo de dez anos. Dentre as áreas de extrema importância biológica estão o Raso da Catarina(BA), a chapada do Araripe (CE, PE e PI) e o Parque Nacional da Serra da Capivara (PI), mais emblemático da região por ser o único localizado inteiramente na Caatinga, para o qual foi sugerida a conexão com o Parque Nacional da Serra das Confusões (PI).
O Ministério do Meio Ambiente criou, em maio de 2006, o Corredor Ecológico da Caatinga, uma área de 5,9 milhões de hectares que deve interligar oito UCs, compreendendo 40 municípios de Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Piauí.
Em abril de 2007, foi lançada a Aliaça pela Caatinga, projeto que tem como meta duplicar as 35 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) do Bioma, distribuídas em 110 mil hectares, em três anos. Participam da iniciativa a Associação Caatinga e a The Nature Conservancy (TNC), preocupadas com o avanço do agronegócio na região, especialmente com o novo mercado de mamona e pinhão-manso para a produção de biocombustíveis.


Diversidade pouco (re)conhecida


As aves são o grupo mais conhecido do bioma brasileiro menos estudado pelos pesquisadores. Foram registradas na Caatinga 510 espécies. O acauã (Herpetotheres cachinnans), gavião predador de serpentes, está associado ao universo de superstições do sertanejo. Seu canto é considerado prenúncio de chuva e de mau agouro.
A ariranha azul (Cyanopsitta spixii), hoje extinta na natureza vítima do tráfico de animais silvestres, é uma das muitas espécies que durante a seca se refugiavam em brejos de altitude, beira de rios, entre outros locais mais úmidos. Outra pequena parcela migra durante a seca para regiões menos inóspitas, como o bigodinho (Sporophila lineola), que cruza a Amazônia tendo como destino final a Venezuela.
A arribaçã (Zenaida auriculata noronha), também conhecida como avoante, é uma pomba da mesma família da asa-branca, que migra, acompanhando a frutificação da flora no sertão nordestino. A arribação chega no fim do inverno, em bandos, nas caatingas, passando nos lugares onde encontra o capim-milhão, que é a alimentação que prefere. Sai em grandes revoadas, com a chegada das primeiras chuvas. Está ameaçada de extinção, pois são presas fáceis para os caçadores, por fazerem ninhos no chão.
O galo-da-campina (Paroaria dominicana), também conhecido como cardeal-do-nordeste, é um dos mais bonitos pássaros brasileiros e vive na caatinga baixa e rala do Nordeste. Alimenta-se principalmente de sementes e, por ter um belíssimo canto, é muito perseguido pelos criadores e pelos comerciantes de animais nativos.
Apesar do predomínio de rios temporários e do crescente desmatamento de matas ciliares e da contaminação dos cursos d’água por esgotos, agrotóxicos e efluentes industriais, foi identificada na Caatinga, surpreendentemente, uma grande diversidade de peixes. São 240 espécies, 57% endêmicas. Algumas vivem em rios sazonais e como estratégia de sobrevivência depositam ovos resistentes, que só eclodem na época das chuvas.
As serpentes, os lagartos e anfisbenídeos, as chamadas cobra-cegas, estão entre os grupos mais numerosos das espécies de répteis e anfíbios, 154 no total, e também entre as consideradas mais características da fauna do semi-árido. Descobertas recentes indicam que 37% dos lagartos e anfisbenídeos da Caatinga sã endêmicos das dunas do Médio Rio São Francisco, uma área que se estende por apenas 7 mil km2, ou 0,8% da área do sertão nordestino, para a qual é defendida a criação de um parque nacional. O passado geológico da região responde pela fascinante diersidade. O Rio São Francisco já formou uma imensa lagoa no interior do Brasil, com espécies de lagartos e anfíbios ao seu redor. Com a alteração de seu curso devido a alterações climáticas no fim do Período Pleistoceno – entre 1,8 milhão e 11 mil anos atrás -, esses animais ficaram separados em grupos, cada um em uma margem do rio, o que estimulou a formação de novas espécies.
Até o fim dos anos 1980, o número de mamíferos existentes na região era subestimado em 80, e as espécies endêmicas e três, considerados, em sua maior parte, um subconjunto da fauna do Cerrado. Revisões desses levantamentos demonstram a distinção da fauna da Caatinga e apontam para a existência de 144 mamíferos na região, dos quais 64 são espécies de morcegos e 34 de roedores. Cerca de dez das espécies de mamíferos são endêmicas e dez estão ameaçadas de extinção, entre as quais cinco felinos e o tatu-bola (Tolypeutes trinctus), o menor tatu brasileiro, de 22 a 27 centímetros, que enrola o corpo e fica parecido com uma bola quando se sente ameaçado. Assim como o mocó (Kerodon rupestris), um rato que chega a medir 40 centímetros, que figura entre as espécies da caça de subsistência praticada pelo sertanejo para acabar com a fome.
De acordo com a lista nacional das espécies de fauna brasileira ameaçada de extinção, publicada em maio de 2003, pelo Ibama, vivem no bioma 28 espécies ameaçadas de extinção.



Índices sociais preocupantes


Um dos biomas brasileiros mais alterados por atividades humanas, a Caatinga abriga cerca de 28 milhões de pessoas; a população mais pobre do Nordeste e uma das piores rendas de todo o País, com renda média sendo inferior a um salário mínimo. Definido por Euclides da Cunha como antes de tudo um forte, sertanejo está presente em 68% da região, sendo que as áreas extremamente antropizadas correspondem a 35,3% e as muito antropizadas a 13,7%, porcentagens possivelmente subestimadas, pois são baseadas no Mapa de Vegetação do Brasil, do IBGE, produzido com dados das décadas de 1970 e 1980. Apesar disso, apenas 15 municípios apresentam densidade demográfica acima de 100 habitantes por km2.
Cerca de 2 milhões de famílias de agricultores rurais vivem no semi-árido, 50% dos pequenos agricultores do País, ocupando apenas cerca de 4,2% das terras agrícolas do Brasil.
A grande maioria dos municípios apresenta baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a taxa de mortalidade é alta, geralmente acima de 100 mil por mil. A taxa de analfabetismo para maiores de 15 anos também é extremamente elevada, entre 40% e 60%.



Marcas socioambientais: o gado e o latifúndio


A ocupação da região pelos portugueses começou com a pecuária, desenvolvida para servir ao ciclo da cana-de-açúcar. “No agreste, depois nas caatingas e, por fim, nos cerrados, desenvolveu-se uma economia pastoril associada originalmente à produção açucareira como fornecedora de carne, de couros e de bois de serviço”, como expôs Darcy Ribeiro em O Povo Brasileiro, formando a “civilização do gado”, como definiu Manuel Correia de Andrade na obra A Terra e o Homem do Nordeste.
Foi assim que se iniciou o processo de expulsão, extermínio e escravização dos povos indígenas do sertão, os Tapuias, considerados “hostis” pelos colonizadores devido às tentativas de resistência, marcadas por diversos conflitos entre 1650 e 1720, relembrados como a Guerra dos Bárbaros. Os nativos sobreviventes, ou os que pediram socorro aos colonizadores nos anos de secas severas, foram submetidos à homogeneização nos aldeamentos missionários, por meio da catequese e da “disciplina” do trabalho.
Com a descoberta do ouro na região das Gerais, a pecuária foi intensificada para suprir as migrações e a mão-de-obra escrava, por meio do Velho Chico, e a atividade complementar dos donos dos engenhos de cana-de-açúcar se transformou em uma atividade especializada de criadores e então se constituíram muitos dos maiores latifúndios do Brasil.
Para alimentar os vaqueiros, responsáveis por desbravar o sertão, a criação de cabras (caprinocultura), hoje uma forte atividade econômica, foi introduzida nas áreas menos propícias ao gado. Além de gerar carne, leite e queijo, a criação de bodes se desdobrava em parte da indumentária, como os chapéus de couro, e na formação de algumas das características sertanejas, segundo estudiosos, entre as quais a indiferença em relação à morte e a sangue, devido à familiaridade em abater esses animais desde a infância.
Ainda no Brasil Colonial, o poder dos grandes proprietários de terra foi ampliado com a criação da Guarda Nacional do Império, para as quais eram nomeados coronéis e seus peões, soldados. Além do controle econômico, passaram a influenciar a política local. Com a chegada da República, que institui o voto aberto e não secreto, os coronéis determinavam os votos da população por imposição ou favorecimentos, como dinheiro, roupas ou empregos, o chamado voto de cabresto, minunciosamente retratado no documentário Teodorico, o Imperador do Sertão, de Eduardo Coutinho.
Desde então, estrutura fundiária pouco mudou. Pelo contrário, o ingresso de outras atividades esteve sempre condicionado a ela. Do cultivo do mocó, algodão arbóreo, que conquistou espaço destacado na economia regional no século XIX, passando pela exploração dos palmais de carnaúba, para a produção de cera e artefatos de palha, às pequenas lavouras comerciais de milho, feijão e mandioca, os sertanejos não se tornaram senhores das terras cultivadas. Correndo o risco de serem expulsos sem receber nenhuma indenização pelas benfeitorias, ocupavam parte de latifúndios como meeiros, ou seja, tinham de dividir a produção com os proprietários ou se submeter a outras relações análogas ao trabalho escravo, ainda existente no País, como o endividamento.
As secas se tornaram uma questão pública no fim do século XIX, após estiagens históricas marcadas por invasões e saques de diversas propriedades rurais por sertanejos com fome. Os recursos governamentais foram destinados principalmente à construção de açudes, barragens, estradas, pontes e ferrovias, obras executadas pela Inspetoria de Obras Contra as Secas, primeiro órgão governamental criado para tratar do assunto, em 1909, predecessor do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), instituído em 1945, e atualmente vinculado ao Ministério da Integração Nacional.
De acordo com os dados da ONG Caatinga, menos de 20% das verbas dos DNOCS atendem à população rural mais necessitada; os principais beneficiados têm sido os latifundiários, políticos locais e empreiteiros. Localizados nas grandes fazendas, os empreendimentos que deveriam servir para matar a sede de todos fomentaram a “indústria da seca”, que manteve o sertanejo sob o cabresto das elites.


Ligas camponesas, Sudene e migração


Em meados da década de 1940, surgiu um novo movimento para modificar essa estrutura arcaica. São as chamadas Ligas Camponesas. Organizadas em diversos estados do Nordeste com o apoio do Partido Comunista Brasileiro (PCB), as predecessoras do MST começaram a gerar uma consciência nacional em favor da reforma agrária entre os trabalhadores rurais. Com o golpe militar de 1964, foram interrompidas, assim como o documentário de Eduardo Coutinho sobre o assunto, Cabra Marcado para Morrer, finalizado em 1984 com Elisabeth Teixeira, viúva do líder camponês João Pedro, assassinado em 1962, que tinha inspirado a obra. Hoje, existem cerca de 86 mil famílias assentadas na região, concentradas na Bahia e no Ceará.
A década de 1940 também foi marcada pelo êxodo rural maciço do sertão nordestino como mão-de-obra barata na construção dos hoje grandes centros urbanos do País, o que se repetiu na ditadura militar com a expansão das fronteiras agrícolas no Centro-Oeste e na Amazônia, que já tinha recebido milhares de sertanejos em períodos anteriores para a exploração da borracha.
É nesse contexto que o “atraso” do Nordeste seco em relação ao Sudeste e Sul do País volta a receber a atenção do governo. Em 1956, o presidente Juscelino Kubitschek constituiu o Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do Nordeste (GTDN), coordenado pelo economista Celso Furtado, que elabora uma política de desenvolvimento econômico para o Nordeste, na qual recomenda a industrialização da região e a incorporação dos agricultores familiares à economia de mercado.
O trabalho resultou na criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) em 1959, que pretendia encarar questões como concentração fundiária e analfabetismo, priorizou a produção de alimentos por meio da irrigação no Rio São Francisco. Desde a ditadura militar, a Sudene enfrentou um processo de esvaziamento político e orçamentário. Em 2001, foi extinta pelo governo de Fernando Henrique Cardoso, sem que fosse substituída por um novo órgão ou polícia consistente de desenvolvimento regional para o semi-árido, cujas principais reivindicações dos movimentos sociais locais continuam sendo as mesmas: a universalização do abastecimento de água para beber e cozinhar, o fortalecimento da agricultura familiar, a articulação entre produção, extensão, pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico, o acesso a crédito, a erradicação do analfabetismo e a valorização dos conhecimentos tradicionais, entre outros.



Prioridades da Caatinga


Entre as principais causas da degradação da Caatinga estão: o desmatamento, especialmente para a produção de lenha, utilizada como finte de energia em residências, olarias e siderúrgicas; a pecuária extensiva, com o consumo e destruição da vegetação pelos animais; e a agricultura de irrigação, que avança ao longo do Rio São Francisco em municípios como Juazeiro e Petrolina, região que se tornou a maior exportadora de frutas do País, especialmente de uvas, modelo de cultivo que compromete os lençóis freáticos e saliniza e contamina o solo por agrotóxicos. As áreas sob maior pressão são as margens do Rio São Francisco, exploradas intensamente, o que vem provocando o assoreamento de algumas áreas; os locais de exploração de minérios, como o pólo gesseiro da Chapada do Araripe (CE); os aqüíferos subterrâneos, utilizados para suprir o consumo humano ou irrigação; e as zonas sujeitas à desertificação.
A desertificação, processo de degradação ambiental que ocorre nas regiões com clima árido, semi-árido e subúmido seco provocado pelo uso inapropriado do solo, da água e da vegetação para irrigação, cultivo intensivo, entre outros usos, já atinge 181 mil km2 do semi-árido brasileiro, ou 1.482 municípios. A região do Seridó (RN), Gilbués (PI), Irauçuba (CE) e Cabrobó (PE), que somam 15 mil km2, estão em situação de extrema gravidade.
Signatário da Convenção para o Combate à Desertificação (CCD), o Brasil tinha como obrigação elaborar o Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAN), lançado em agosto de 2004 pela Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, para o qual deverão ser destinados R$ 23,5 bilhões até 2007, principalmente para o combate à pobreza e desigualdade social e fortalecimento da agricultura familiar. Em novembro de 2006, Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação, foi inaugurado o Núcleo de Pesquisa de Recuperação de Áreas Degradadas e Combate à Desertificação (Nuperade), em Gilbués (PI), que junto com outros 14 municípios forma a maior área de desertificação no Brasil. No núcleo, que tem como objetivo apoiar estudos sobre o fenômeno da desertificação, testar tecnologias para o controle do processo de degradação de terras, promover a recuperação de áreas já degradadas da região servir como pólo de treinamento para a população local, foram construídas pequenas barragens de terra para contenção do escoamento superficial e implantados experimentos de pesquisa agrossilvopastoril.
O PAN, uma referência internacional, teve 50% de sua verba contigenciada em 2006 e até abril de 2007 apenas 0,3% (R$31,8 mil) de um orçamento de R$ 11,3 milhões tinha sido gasto. Recentemente, o coordenador técnico do programa afirmou que seria necessário investir 1 bilhão/ano, para recuperar a região afetada e suscetível à desertificação.
Com 20 milhões de dólares do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, sigla em inglês), está previsto o desenvolvimento nos próximos dez anos do Projeto de Manejo Integrado de Ecossistemas e de Bacias Hidrográficas na Caatinga. Deverão ser priorizadas ações de recuperação de matas ciliares – concentradas nas margens do Velho Chico -, ampliação da área manejada sustentavelmente, reflorestamento do entorno de propriedades e pequenos empreendimentos e na criação de três corredores ecológicos – nas regiões de Peruaçu e Jaíba (MG), no sertão de Alagoas e Sergipe e nas Serras da Capivara e das Confusões (PI). O uso mais racional dos recursos naturais também será incentivado com novas linhas de financiamento e assistência técnica.
O GEF deverá destinar recursos ainda para a adoção de sistemas de produção agropecuária sustentáveis, por meio da melhor utilização das plantas forrageiras, em assentamentos da reforma agrária e comunidades de agricultores familiares em 60 municípios do semi-árido, a serem implementados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, que também está recebendo 50 milhões de dólares do Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura (Fida) para o desenvolvimento de um programa de produção de medicamentos fitoterapêuticos e outro de microcrédito rural no Bioma.
Também para promover atividades produtivas sustentáveis, assim como a recuperação de áreas degradadas, Ceará e Bahia são parceiros no Projeto Mata Branca, que tem 22,2 milhões de dólares do Banco Mundial (Bird) para ações que serão desenvolvidas nos próximos cinco anos.
Todo o Brasil convive com a Caatinga. Seja por meio do forró, que foi popularizado por Luiz Gonzaga. Seja por meio dos cordéis e dos repentes, eternizados por milhares de poetas populares, incluindo Patativa do Assaré, e revistados pelo Cordel do Fogo Encantado. Seja por meio da literatura de Graciliano Ramos, de Rachel de Queiroz, de José Lins do Rego, de Guimarães Rosa e de Ariano Suassuna, que em 2007 tem uma obra prima, A Pedra do Reino, adaptação para a televisão em forma de microssérie. Seja por meio da mundialmente aclamada xilogravura de J. Borges, na qual são inseridos os elementos do imaginário sertanejo: lampião, vaqueiros, festa de São João, entre outros. Seja por meio do cinema, desde O cangaceiro, de Lima Barreto, de 1953, passando pela estética da fome de Glauber Rocha em Deus e o Diabo na Terra do Sol e Vidas Secas de Nelson Pereira dos Santos, às produções mais recentes, Abril Despedaçado, de Walter Salles, Baile Perfumado, de Lírio Ferreira e Paulo Caldas, e Baixio das Bestas, de Cláudio Assis, produção que disseca o lado negro da indústria da cana no sertão de Pernambuco em tempos de louvação ao etanol made in brazil.
Muito presente no imaginário coletivo e no cotidiano brasileiro, a diversidade das manifestações culturais do (e sobre) o sertão, uma das maiores do País, exprime como em nenhum outro bioma o quanto o homem está intrincado com o ambiente em que vive. Mas, Infelizmente, onde quer que estejam, na Caatinga, nas periferias dos grandes centros, nas novas fronteiras agrícolas, por conta de uma formação em que faltaram oportunidades e sobrou fome, os sertanejos continuam a ser a parcela da população mais pobre do Brasil e, de acordo com o estudo Mudanças Climáticas e seus Efeitos na Biodiversidade, divulgado em Março de 2007, serão os mais vulneráveis no País aos efeitos do aquecimento global.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

MAPA DO BRASIL MOSTRANDO OS PRINCIPAIS ECOSSISTEMAS BRASILEIROS Ecossistema

Com 8,5 milhões de quilômetros quadrados, o Brasil possui grande variedade de paisagem e de cultura; tendo desde o semi-deserto até a biodiversidade mais rica do planeta; desde tribos de índios até modernas gerações interessadas na mundialização. Existem regiões importantes como as bacias sedimentares do Pantanal e da Amazônia, a Floresta Atlântica e a imensa orla marítima que chama a atenção mundial. A variedade cultural e paisagística e a falta de conflitos étnicos e fronteiriços deixa o Brasil em posição privilegiada, ressaltando seu potencial turístico, sobretudo o turismo ecológico.
Ecossistema é definido como um sistema aberto que inclui, em uma certa área, todos os fatore físicos e biológicos (elemento biótipos e abioticos) do ambiente e suas interações o que resulta em uma diversidade biotica com estrutura trofica claramente definida e na troca de energia e matéria entre esses fatores. "A biocenose e seu biotopo constituem dois elementos inseparáveis que reagem um sobre o outro para produzir um sistema mais ou menos estáveis que recebe o nome de ecossistema (Tansley, 19355)... O ecossistema é a unidade funcional de base em ecologia, porque inclui, ao mesmo tempo, os seres vivos e o meio onde vivem, com todas as interações reciprocas entre o meio e os organismo"(Dajoz, 1973). "Os vegetais , animais e microorganismo que vivem numa região e constituem uma comunidade biológica estao ligados entre si por uma intrincada rede de relações que inclui o ambiente físico em que existem estes organismo. Estes componentes físicos e biológicos interdependentes formam o que os biológicos designam com o nome de ecossistema". (Ehrlich & Ehrlich, 1974). "O espaço limitado onde a ciclagem de recursos através de um ou vários níveis tróficos é feita por agentes mais ou menos fixos, utilizado simultânea e sucessivamente processos mutuamente compatíveis que geram produtos utilizáveis a curto ou longo prazo" (Dansereau, 1978). "É um sistema aberto integrado por todos os organismos vivos (compreendido o homem) e os elementos não viventes de um setor ambiental definido no tempo e no espaço, cujas propriedades globais de funcionamento (fluxo de energia e ciclagem de matéria) e auto-regulação (controle) derivam das relações entre todos os seus componentes, tanto pertencentes ao ecossistemas naturais , quanto aos criados ou modificados pelo homem" (Hurtubia, 1980). "Sistema integrado e auto funcionamento que consiste em interações de elementos biótipos e abioticos; seu tamanho pode variar consideravelmente"(USDT, 1980). "A comunidade total de organismo, junto com o ambiente físico e químico no qual vivem se denomina ecossistema, que é unidade funcional da ecologia" (Beron, 1981) (Vocabulário Básico do Meio Ambiente compilado por Iara V. D. Moreira, FEEMA, 1992).

FLORESTA AMAZÔNICA
A Amazônia é o maior bioma terrestre do planeta, cuja área avança em 9 países da América Latina (Brasil, Paraguai, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana Francesa e Suriname). A bacia hidrográfica do Amazonas ocupa uma área de 7.050.000 km3. Em termos geopolíticos a Amazônia legal brasileira ocupa 60 % do território nacional. Apesar de ser o maior estado brasileiro, possui a menor densidade demográfica humana, com menos de 10 % da população do pais. A Amazônia é um dos mais preciosos patrimônios ecológicos do planeta. É na realidade um grande Bioma, composto por diversos ecossistemas interagindo em equilíbrio. 65 % de toda a área amazônica é composta pela floresta tropical úmida de terra firme, sendo que o restante é constituído por matas de cipó, campinas, matas secas, igapós, manguezais, matas de várzeas, cerrados, campos de terra firme, campos de várzeas e matas de bambu. Toda a rede de rios, córregos, cachoeiras, lagos, igarapés e represas constituem os ecossistemas aquáticos da Amazônia. A bacia amazônica é um dos locais mais chuvosos do planeta, com índices pluviométricos anuais de mais de 2.000 mm por ano, podendo atingir 10.000 mm em algumas regiões. Durante os meses de chuvas, a partir de dezembro, as águas sobem em média 10 metros, podendo atingir 18 metros em algumas áreas. Isto significa que durante metade do tempo grande parte da planície amazônica fica submersa, caracterizando a maior área de floresta inundada do planeta, cobrindo uma área de 700.000 Km2. A Amazônia é a maior floresta do mundo, representando 35 % de toda as florestas do mundo. É considerada também uma das mais antigas coberturas florestais, permanecendo estabilizada a cerca de 100 milhões de anos.O rio Amazonas é o maior e mais largo rio do mundo e o principal responsável pelo desenvolvimento da floresta Amazônica. O volume de suas águas representa 20 % de toda a água presente nos rios do planeta. Têm extensão de 6.400 quilômetros, vazão de 190.000 metros cúbicos por segundo (16 vezes maior que a do rio Nilo), conta com mais de 1.000 afluentes. Sua largura média é de 12 quilômetros, atingindo freqüentemente mais de 60 quilômetros durante a época de cheia. Na foz, onde deságua no mar, a sua largura é de 320 quilômetros. A profundidade média é de 30 a 40 metros. As áreas alagadas influenciadas pela rede hídrica do Amazonas, formam uma bacia de inundação muito maior que muitos países da Europa, juntos. Apenas a ilha do Marajó, na foz do Amazonas, é maior que a Suíça. Em termos biológicos é a região com a maior biodiversidade de todos os continentes. Comporta metade das espécies de aves hoje conhecidas, possui a maior diversidade de insetos (especialmente borboletas), répteis e anfíbios. Possui mais espécies de peixes que o oceano Atlântico. As águas da Amazônia também são ricas em caranguejos, camarões, serpentes, tartarugas, lagartos, golfinhos (entre eles o boto cor-de-rosa), lontras, jacarés e tubarões, os quais sobem centenas de quilômetros nos rios em busca de peixes. Dezenas de aves aquáticas exploram as águas, ricas em alimento. O maior roedor, os maiores papagaios, as maiores cobras, os maiores peixes (o pirarucu pode atingir mais de 3 metros de comprimento e pesar 180 quilos), as maiores árvores tropicais e os maiores insetos vivem na Amazônia. A diversidade de mamíferos, especialmente macacos e felinos, é muito grande. 30 espécies de macacos são endêmicas da mata amazônica. O conhecimento da fauna e flora da Amazônia ainda é extremamente precário. Acredita-se que não se conheça nem a metade das espécies que habitam as suas matas e rios . A principal característica da Amazônia é a sua inacessibilidade, o que dificulta a sua exploração e estudo. A Amazônia é um dos poucos redutos do planeta onde ainda vivem povos humanos primitivos. As dezenas de tribos ainda existentes espalham-se em territórios dentro da mata, mantendo seus próprios costumes, linguagens e culturas, inalterados por milhares de anos. Antropólogos acreditam que ainda existam povos primitivos desconhecidos, vivendo nas regiões mais inóspitas e inacessíveis. Oficialmente existem dois parques nacionais na Amazônia brasileira, o Parque Nacional do Tapajós e o Parque Nacional do Pico da Neblina. O primeiro, com 1 milhão de hectares de floresta tropical úmida, e o segundo com extensão de 2.200.000 hectares. O parque do Pico da Neblina se une ao parque Serrania de la Neblina, na Venezuela, com 1.360.000 hectares, formando em conjunto um dos maiores complexos bióticos protegidos do mundo. Os impactos resultantes da exploração humana da Amazônia são muitos. O desmatamento e as queimadas para a formação de pastos para o gado tem destruído imensas áreas de florestas virgens todos os anos, há décadas. Estima-se que a área de pastos (naturais e criados por desmatamento) na Amazônia seja de mais de 20 milhões de hectares. O problema é que os pastos não resistem por muito tempo, uma vez que o solo amazônico é muito pobre em nutrientes. Isto faz com que os criadores avancem constantemente para o interior da floresta em busca de novas terras. Mineração, caça e pesca indiscriminada, contrabando de animais raros e espécies em extinção, poluição, e queimadas criminosas são alguns dos principais fatores de perturbação da Amazônia. A comunidade científica mundial, ciente do potencial ecológico, geológico, científico e farmacológico da Amazônia, tem alertado constantemente as autoridades políticas para a necessidade de uma política de preservação e uso equilibrado da floresta. Esta política deve ser implantada o mais rápido possível para que os danos atualmente existentes sejam revertidos.


MATA ATLÂNTICA
Originalmente, essa exuberante floresta tropical, que cobria um território pouco maior que 1.000.000 km2, espraiava-se pela costa do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, avançando pelo interior em extensões variadas. A Mata Atlântica praticamente ocupava todo o Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, bem como parcelas significativas de Minas Gerais , Rio Grande do Sul e Mato Groso do Sul, logrando alcançar a Argentina e o Paraguai. Infelizmente, desse imenso corpo florestal, que outrora cobria 12% do território brasileiro, restam apenas 9% de sua extensão original. Rios importantes para a economia regional e o meio ambiente, como o Paraíba do Sul, São Francisco, Doce e Jaquitinhonha encontram-se poluídos ou assoreados por causa dos sedimentos arrastados pela erosão do solo desprotegido de vegetação. Semelhante ao que ocorre com a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica reúne formações vegetais diversificadas e heterogêneas. À primeira vista, podemos distinguir três tipos de florestas, diferentes em sua composição e aspectos florísticos, mas que guardam, porém, aspectos comuns: as ombrófilas densas, comocorrência ao longo da costa; semideciduais e deciduais, pelo interior do Nordeste, Sudeste, Sul e partes do Centro-Oeste; as ombrófilas mistas (Pinheirais) do Sul do Brasil. Um dos motivos para preservar o que restou da Mata Atlântica é sua rica biodiversidade, varieade de plantas e animais. Calcula-se que nela existam mais de 800 espécies de aves, 180 anfíbios e 131 mamíferos, inclusive as quatro espécies de mico-leão que são exclusivos daquele ecossistema. Área total: aproximadamente 1.000.000 km2Área total atual: aproximadamente 120.000 km2

CERRADO
Pequenas árvores de troncos torcidos e recurvados e de folhas grossas, esparsas em meio a uma vegetação rala e rasteira, misturando-se, às vezes, com campos limpos ou matas de árvores não muito altas – esses são os Cerrados, uma extensa área de cerca de 200 milhões de hectares, equivalente, em tamanho, a toda a Europa Ocidental. A paisagem é agressiva, e por isso, durante muito tempo, foi considerada uma área perdida para a economia do país.
Entre as espécies vegetais que caracterizam o Cerrado estão o barbatimão, o pau-santo, a gabiroba, o pequizeiro, o araçá, a sucupira, o pau-terra, a catuaba e o indaiá. Debaixo dessas árvores crescem diferentes tipos de capim,como o capim-flecha, que pode atingir uma altura de 2,5m. Onde corre um rio ou córrego, encontram-se as matas ciliares, ou matas de galeria, que são densas florestas estreitas, de árvores maiores, que margeiam os cursos d’água. Nos brejos, próximos às nascentes de água, o buriti domina a forma paisagem e as veredas de buriti
Os Cerrados apresentam relevos variados, embora predominem os amplos planaltos. Metade do Cerrado situa-se entre 300 e 600m acima do nível do mar, e apenas 5,5% atingem uma altitude acima de 900m. Em pelo menos 2/3 da região o inverno é demarcado por um período de seca que prolonga-se por cinco a seis meses. Seu solo esconde um grande manancial de água, que alimenta seus rios.A presença humana na região data de pelo menos 12 mil anos, com o aparecimento de grupos de caçadores e coletores de frutos e outros alimentos naturais. Só recentemente, há cerca de 40 anos, é que começou a ser mais densamente povoada.
Área total: aproximadamente 2.100.000 km2

CAATINGA
Quando chega o mês de agosto, parece que a natureza morreu. Não se vêem nuvens no céu, a umidade do ar é mínima, a água chega a evaporar 7mm por dia e a temperatura do solo pode atingir 60º C. As folhas da maioria das árvores já caíram e assim, o gado e os animais nativos, como a ema, o preá, o mocó e o camaleão, começam a emagrecer. As únicas cores vivas estão nas flores douradas do cajueiro, nos cactus e juazeiros. A maioria dos rios pára de correr e as lagoas começam a secar.Algumas plantas têm as folhas muito finas. Os espinhos dos cactus são o extremo deste tipo de folha. Outras têm sistemas de armazenamento de água, como as barrigudas. As raízes cobrem a superfície do solo, para capturar o máximo de água durante as chuvas leves. As espécies mais abundantes incluem a mimosa, a emburana, a catingueira, a palmatória, a aroeira, o umbu, a baraúna, a maniçoba, a macambira, o xique-xique, o mandacaru, a quixabeira e o juazeiro, uma das poucas que não perde suas folhas durante a seca.A Caatinga é uma extensa região do Nordeste brasileiro, que ocupa mais de 70% de sua área (11% do território brasileiro), também chamada de sertão. Nessa época do ano, a região, de árvores e arbustos raquíticos, cheios de espinhos, tem um aspecto triste e desolador.
A vegetação adaptou-se para se proteger da falta d’água. Quase todas as plantas usam a estratégia de perder as folhas, eliminando a superfície de evaporação quando falta água.
CAMPOS
De maneira genérica, os campos da região Sul do Brasil são denominados como “pampa”, termo de origem indígena para “região plana”. Esta denominação, no entanto, corresponde somente a um dos tipos de campo, mais encontrado ao sul do Estado do Rio Grande do Sul, atingindo o Uruguai e a Argentina.
Outros tipos conhecidos como campos do alto da serra são encontrados em áreas de transição com o domínio de araucárias. Em outras áreas encontram-se, ainda, campos de fisionomia semelhantes à savana.
Os campos, em geral, parecem ser formações edáficas (do próprio solo) e não climáticas. A pressão do pastoreio e a prática do fogo não permitem o estabelecimento da vegetação arbustiva, como se verifica em vários trechos da área de distribuição dos Campos do Sul.
A região geomorfológica do planalto de Campanha, a maior extensão de campos do Rio Grande do Sul, é a porção mais avançada para oeste e para o sul do domínio morfoestrutural das bacias e coberturas sedimentares. Nas áreas de contato com o arenito botucatu, ocorrem os solos podzólicos vermelho-escuros, principalmente a sudoeste de Quaraí e a sul e sudeste de Alegrete, onde se constata o fenômeno da desertificação. São solos, em geral, de baixa fertilidade natural e bastante suscetíveis à erosão.
À primeira vista, a vegetação campestre mostra uma aparente uniformidade, apresentando nos topos mais planos um tapete herbáceo baixo – de 60 cm a 1 m -, ralo e pobre em espécies, que se torna mais denso e rico nas encostas, predominando gramíneas, compostas e leguminosas; os gêneros mais comuns são: Stipa, Piptochaetium, Aristida, Melica, Briza. Sete gêneros de cactos e bromeliáceas apresentam espécies endêmicas da região. A mata aluvial apresenta inúmeras espécies arbóreas de interesse comercial.
Na Área de Proteção Ambiental do Rio Ibirapuitã, inserida neste bioma, ocorrem formações campestres e florestais de clima temperado, distintas de outras formações existentes no Brasil. Além disso, abriga 11 espécies de mamíferos raros ou ameaçados de extinção, ratos d’água, cevídeos e lobos, e 22 espécies de aves nesta mesma situação. Pelo menos uma espécie de peixe, cará (Gymnogeophagus sp., Família Cichlidae) é endêmica da bacia do rio Ibirapuitã.
A vocação da região de Campanha está na pecuária de corte. As técnicas de manejo adotadas, porém, não são adequadas para as condições desses campos, e a prática artesanal do fogo ainda não é bem conhecida em todas as suas conseqüências. As pastagens são, em sua maioria, utilizadas sem grandes preocupações com a recuperação e a manutenção da vegetação. Os campos naturais no Rio Grande do Sul são geralmente explorados sob pastoreio contínuo e extensivo.
Outras atividades econômicas importantes, baseadas na utilização dos campos, são as culturas de arroz, milho, trigo e soja, muitas vezes praticadas em associação com a criação de gado bovino e ovino. No alto Uruguai e no planalto médio a expansão da soja e também do trigo levou ao desaparecimento dos campos e à derrubada das matas. Atualmente, essas duas culturas ocupam praticamente toda a área, provocando gradativa diminuição da fertilidade dos solos. Disso também resultam a erosão, a compactação e a perda de matéria orgânica.

PANTANAL
A CIMA - Comissão Interministerial para Preparação da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento-SI/PR, 1991, define o Pantanal mato-grossense como “a maior planície de inundação contínua do planeta”. Sua localização geográfica é de particular relevância, uma vez que representa o elo de ligação entre o Cerrado, no Brasil Central, o Chaco, na Bolívia, e a região Amazônica, ao Norte, identificando-se, aproximadamente, com a bacia do alto Paraguai.
O Pantanal funciona como um grande reservatório, provocando uma defasagem de até cinco meses entre as vazões de entrada e saída. O regime de verão determina enchentes entre novembro e março no norte e entre maio e agosto no sul, neste caso sob a influência reguladora do Pantanal.
Os solos, de modo geral, apresentam limitações à lavoura. Nas planícies pantaneiras sobressaem solos inférteis (lateritas) em áreas úmidas (hidromórficas) e planossolos, além de várias outras classes, todos alagáveis, em maior ou menor grau, e de baixa fertilidade. Nos planaltos, embora predominem também solos com diversas limitações à agricultura, sobretudo à fertilidade, topografia ou escassez de água, existem situações favoráveis.
Como área de transição, a região do Pantanal ostenta um mosaico de ecossistemas terrestres, com afinidades, sobretudo, com os Cerrados e, em parte, com a floresta Amazônica, além de ecossistemas aquáticos e semi-aquáticos, interdependentes em maior ou menor grau. Os planaltos e as terras altas da bacia superior são formados por áreas escarpadas e testemunhos de planaltos erodidos, conhecidos localmente como serras. São cobertos por vegetações predominantemente abertas, tais como campos limpos, campos sujos, cerrados e cerradões, determinadas, principalmente, por fatores de solo (edáficos) e climáticos e, também, por florestas úmidas, prolongamentos do ecossistema amazônico.
A planície inundável que forma o Pantanal, propriamente dito, representa uma das mais importantes áreas úmidas da América do Sul. Nesse espaço podem ser reconhecidas planícies de baixa, média e alta inundação, destacando-se os ambientes de inundação fluvial generalizada e prolongada. Esses ambientes, periodicamente inundados, apresentam alta produtividade biológica, grande densidade e diversidade de fauna.
A ocupação da região, de acordo com pesquisas arqueológicas, se deu há, aproximadamente, dez mil anos por grupos indígenas. A adequação de atividades econômicas ao Pantanal surgiu do processo de conquista e aniquilamento dos índios guatós e guaicurus por sertanistas. Foi possível implantar a pecuária na planície inundável, que se tornaria a única economia estável e permanente até os nossos dias. Dentro de um enfoque macroeconômico, a planície representou, no passado, um grande papel no abastecimento de carne para outros estados do país. No entanto, esta economia se encontra em decadência.
Uma série de atividades de impacto direto sobre o Pantanal pode ser observada, como garimpo de ouro e diamantes, caça, pesca, turismo e agropecuária predatória, construção de rodovias e hidrelétricas. Convém frisar a importância das atividades extensivas nos planaltos circundantes como uma das principais fontes de impactos ambientais negativos sobre o Pantanal.
O processo de expansão da fronteira, ocorrido principalmente após 1970, foi a causa fundamental do crescimento demográfico do Centro-Oeste brasileiro. A região da planície pantaneira, com sua estrutura fundiária de grandes propriedades voltadas para a pecuária em suas áreas alagadiças, não se incorporou ao processo de crescimento populacional. Não houve aumento significativo em número ou população das cidades pantaneiras. No planalto, contudo, o padrão de crescimento urbano foi acelerado. Como todas as cidades surgidas ou expandidas nessa época, as de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul não tinham e nem têm infra-estrutura adequada para minimizar o impacto ambiental do crescimento acelerado, causado, principalmente, pelo lançamento de esgotos domésticos ou industriais nos cursos d’água da bacia. Esse tipo de poluição repercute diretamente na planície pantaneira, que recebe os sedimentos e resíduos das terras altas.
O mesmo processo de expansão da fronteira foi responsável pelo aproveitamento dos cerrados para a agropecuária, o que causou o desmatamento de vastas áreas do planalto para a implantação de lavouras de soja e arroz, além de pastagens. O manejo agrícola inadequado nessas lavouras resultou, entre outros fatores, em erosão de solos e no aumento significativo de carga de partículas sedimentáveis de vários rios. Além disso, agrava-se o problema de contaminação dos diversos rios com biocidas e fertilizantes.
A presença de ouro e diamantes na baixada cuiabana e nas nascentes dos rios Paraguai e São Lourenço vem atraindo milhares de garimpeiros, cuja atividade causa o assoreamento e compromete a produtividade biológica de córregos e rios, além de contaminá-los com mercúrio.
Segundo a WWF (1999), existem no Pantanal 650 espécies de aves, 80 de mamíferos, 260 de peixes e 50 de répteis.

RESTINGAS E MANGUEZAIS
A costa brasileira abriga um mosaico de ecossistemas de alta relevância ambiental. Ao longo do litoral brasileiro podem ser encontrados manguezais, restingas, dunas, praias, ilhas, costões rochosos, baías, brejos, falésias, estuários, recifes de corais e outros ambientes importantes do ponto de vista ecológico, todos apresentando diferentes espécies animais e vegetais e outros. Isso se deve, basicamente, às diferenças climáticas e geológicas da costa brasileira. Além do mais, é na zona costeira que se localizam as maiores presenças residuais de Mata Atlântica. Ali a vegetação possui uma biodiversidade superior no que diz respeito à variedade de espécies vegetais. Também os manguezais, de expressiva ocorrência na zona costeira, cumprem funções essenciais na reprodução biótica da vida marinha.
O litoral amazônico vai da foz do rio Oiapoque ao delta do rio Parnaíba. Apresenta grande extensão de manguezais exuberantes, assim como matas de várzeas de marés, campos de dunas e praias. Apresenta uma rica biodiversidade em espécies de crustáceos, peixes e aves.
O litoral nordestino começa na foz do rio Parnaíba e vai até o Recôncavo Baiano. É marcado por recifes calcíferos e areníticos, além de dunas que, quando perdem a cobertura vegetal que as fixam, movem-se com a ação do vento. Há ainda nessa área manguezais, restingas e matas. Nas águas do litoral nordestino vivem o peixe-boi marinho e as tartarugas, ambos ameaçados de extinção.
O litoral sudeste segue do Recôncavo Baiano até São Paulo. É a área mais densamente povoada e industrializada do país. Suas áreas características são as falésias, os recifes e as praias de areias monazíticas (mineral de cor marrom-escura). É dominada pela Serra do Mar e tem a costa muito recortada, com várias baías e pequenas enseadas. O ecossistema mais importante dessa área é a mata de restinga. Essa parte do litoral é habitada pela preguiça-de-coleira e pelo mico-leão-dourado (espécies ameaçadas de extinção).
O litoral sul começa no Paraná e termina no Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul. Com muitos banhados e manguezais, o ecossistema da região é riquíssimo em aves, mas há também outras espécies: ratão-do-banhado, lontras (também ameaçados de extinção), capivaras.
A densidade demográfica média da zona costeira brasileira fica em torno de 87 hab./km2, cinco vezes superior à média nacional que é de 17 hab./km2. Pela densidade demográfica nota-se que a formação territorial foi estruturada a partir da costa, tendo o litoral como centro difusor de frentes povoadoras, ainda em movimento na atualidade. Hoje, metade da população brasileira reside numa faixa de até duzentos quilômetros do mar, o que equivale a um efetivo de mais de 70 milhões de habitantes, cuja forma de vida impacta diretamente os ecossistemas litorâneos.
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Ecossistema


Conjunto de seres vivos e do meio ambiente em que eles vivem, e todas as interações desses organismos com o meio e entre si. São exemplos de ecossistema uma floresta, um rio, um lago ou um jardim. A própria camada ao redor da Terra onde vivem todos os organismos vivos, chamada de biosfera, é considerada por alguns cientistas um único e enorme ecossistema. Os ecossistemas apresentam dois componentes básicos: as comunidades vivas (biótico) e os elementos físicos e químicos do meio (abiótico). A parte biótica é formada por plantas, animais e microrganismos. A porção abiótica é o conjunto de nutrientes, água, ar, gases, energia e substâncias orgânicas e inorgânicas do meio ambiente. Os ecossistemas são subdivididos em pequenas unidades bióticas, conhecidas como comunidades biológicas. São compostas de duas ou mais populações de espécies interdependentes, como, por exemplo, o conjunto da flora e fauna de um lago. As grandes comunidades biológicas do planeta, como a floresta Amazônica e a tundra ártica, são também chamadas de biomas. Cadeia alimentar - É o ciclo vital que garante o equilíbrio e a reprodução dos ecossistemas. A transferência de matéria e energia de um organismo para outro é feita sob a forma de alimento. Os diferentes seres vivos de um ecossistema ocupam posições bem definidas dentro da cadeia alimentar. Ela é formada por três níveis: produtor, consumidor e decompositor. O produtor são as plantas verdes, os únicos seres vivos capazes de fabricar seu próprio alimento por meio da fotossíntese. O consumidor, que não produz seu próprio alimento, pode ser animal, herbívoro ou carnívoro. O decompositor completa o ciclo vital ao decompor a matéria orgânica presente em plantas e animais mortos, transformando-a novamente em compostos inorgânicos que alimentam as plantas. A manutenção da estabilidade da cadeia alimentar depende, entre outros fatores, da preservação das espécies.
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SÁBADO, 21 DE MARÇO DE 2009
O que é um Ecossistema?
Antes de definirmos, exatamente o conceito de ecossistema, o qual é fundamental para a compreensão desta ciência, podemos encontrar na figura 1, um outro conceito importante que é o de níveis de organização, o qual pode ser entendido como um conjunto de entidades, sejam elas genes, células, ou mesmo espécies, agrupadas em uma ordem crescente de complexidade
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Postado por fernando laurent às 16:47 0 comentários
Ecologia, são estudados os níveis da direita, ou seja, de espécies até biosfera. É fundamental, entretanto uma breve explicação de cada uma destas divisões (unidades ou entidades):
Figura 2. A - Espécie; B - População; C - Comunidade; D - Ecossistema.
A - Espécie - dois ou mais organismos são considerados da mesma espécie, quando podem se reproduzir, originando descendentes férteis. Desta forma, fica claro que, a menos que haja a intervençãohumana, como no caso do jumento e da égua, naturalmente não ocorre reprodução entre indivíduos de espécies diferentes.

Domínios Morfloclimáticos Brasileiros, Os (segundo Aziz Ab’Saber)

Domínios Morfloclimáticos Brasileiros, Os (segundo Aziz Ab’Saber)

      Dentre os diversos tipos de clima e relevo existente no Brasil, observamos que os mesmos mantêm grandes relações, sejam elas de espaço, de vegetação, de solo entre outros. Caracterizando vários ambientes a longo de todo território nacional. Para entende-los, é necessário distinguir um dos outros. Pois a sua compreensão deve ser feita isoladamente. Nesse sentido, o geógrafo brasileiro Aziz Ab’Saber, faz uma classificação desses ambientes chamados de Domínios Morfoclimáticos. Este nome, morfoclimático, é devido às características morfológicas e climáticas encontradas nos diferentes domínios, que são 6 (seis) ao todo e mais as faixas de transição. Em cada um desses sistemas, são encontrados aspectos, histórias, culturas e economias divergentes, desenvolvendo singulares condições, como de conservação do ambiente natural e processos erosivos provocados pela ação antrópica. Nesse sentido, este texto vem explicar e exemplificar cada domínio morfoclimático, demonstrando sua localização, área, povoamento, condições bio-hidro-climáticas, preservação ambiental e economia local.



Os Domínios Morfoclimáticos



     Os domínios morfoclimáticos brasileiros são definidos a partir das características climáticas, botânicas, pedológicas, hidrológicas e fitogeográficas; com esses aspectos é possível delimitar seis regiões de domínio morfoclimático. Devido à extensão territorial do Brasil ser muito grande, vamos nos defrontar com domínios muito diferenciados uns dos outros. Esta classificação feita, segundo o geógrafo Aziz Ab’Sáber (1970), dividiu o Brasil em seis domínios:


I – Domínio Amazônico – região norte do Brasil, com terras baixas e grande processo de sedimentação; clima e floresta equatorial;

II – Domínio dos Cerrados – região central do Brasil, como diz o nome, vegetação tipo cerrado e inúmeros chapadões;

III – Domínio dos Mares de Morros – região leste (litoral brasileiro), onde se encontra a floresta Atlântica que possui clima diversificado;

IV – Domínio das Caatingas – região nordestina do Brasil (polígono das secas), de formações cristalinas, área depressiva intermontanhas e de clima semi-árido;

V – Domínio das Araucárias – região sul brasileira, área do habitat do pinheiro brasileiro (araucária), região de planalto e de clima subtropical;

VI – Domínio das Pradarias – região do sudeste gaúcho, local de coxilhas subtropicais.



I – Domínio Morfoclimático Amazônico



Situação Geográfica


      Situado ao norte brasileiro, o domínio Amazônico é a maior região morfoclimática do Brasil, com uma área de aproximadamente 5 milhões km² – equivalente a 60% do território nacional – abrangendo os Estados: Amazonas, Amapá, Acre, Pará, Maranhão, Rondônia, Roraima, Tocantins e Mato Grosso. Encontram-se como principais cidades desta região: Manaus, Belém, Rio Branco, Macapá e Santarém.

Características do Povoamento

     A região é pouco povoada, sua densidade demográfica é de aproximadamente 2,88 hab./km². Isto se deve ao fato da grande extensão territorial e dos difíceis acessos ao interior dessa área. Nesse sentido, o governo em 1970, fez o programa de ocupação populacional na região amazônica, com migrações oriundas do nordeste. A extração da borracha permitiu desenvolver esta área, antes inóspita economicamente, numa região de alta produtividade, seja ela econômica, cultural ou social. Nessa época, muitas cidades foram afetadas com o crescimento gerado pelo capital. O governo continuou auxiliando e orientando o desenvolvimento da região e incorpora em Manaus a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), que trouxe para a capital amazonense muitas indústrias transnacionais. Tanto foi a resposta desta “zona livre”, que antes da Zona Franca de Manaus, a mesma cidade detinha uma população de 300 mil/hab e com a instalação desta área, passou para 800 mil/hab. Outros projetos são instalados pelo governo federal na região amazônica, como: o Projeto Jari, o Programa Calha Norte, o PoloNoroeste e o Projeto Grande Carajás. Com isso, inicia-se a exploração mineral e vegetal da Amazônia. Mas os resultados desses projetos foram pobres em sua maioria, pois com a retirada da vegetação natural o solo tornava-se inadequado ao cultivo da agricultura.

Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas

      Este domínio sofre grande influência fluvial, já que aí se encontra a maior bacia hidrográfica do mundo – a bacia amazônica. A região passa por dois tipos de estações flúvio-climáticas, a estação das cheias dos rios e a estação da seca, porém esta última estação não interrompe o processo pluviométrico diário, só que em índices diferentes. O transporte existente também é influenciado pela enorme rede hidrográfica, enquanto que o rodoviário é quase inexistente. Assim, o transporte fluvial e o aéreo são muito utilizados devido às facilidades encontradas neste domínio. Como se trata de uma floresta equatorial considerada um bioma riquíssimo, é de fundamental importância entendê-la para não desestruturar seu frágil equilíbrio. Devido à existência de inúmeros rios, a região sofre muita sedimentação por parte fluvial, já que a precipitação é abundante (2.500 mm/ano), transformando a região numa grande “esponja” que detém altas taxas de umidade no solo. Este mesmo solo é formado basicamente por latossolos, podzólicos e plintossolos, mas o mesmo não detém características de ser rico à vegetação existente, na verdade, o processo de precipitação é o que torna este domínio morfoclimático riquíssimo em floresta hidrófita e não o solo, como muitas pessoas pensam que é o responsável por tudo isto. Valendo destacar os tipos de matas encontradas na Amazônia, como: de igapó – de regiões inundadas; de várzea – de regiões inundadas ciclicamente e de terras altas – que dificilmente são inundadas. As espécies de árvores encontradas nesta região são: castanha-do-pará, seringueira, carnaúba, mogno, etc. (essas duas últimas em extinção); os animais: peixe-boi, boto-cor-de-rosa, onça-pintada; e a flora com a vitória régia e as diversas orquídeas.
          Com um grande processo de lixiviação encontrado na Amazônia, essa ação torna o solo pobre levando todos os seus nutrientes pela força da capacidade do rio (correnteza). Mas esta riqueza diversa não deve ser confundida como grande potencialidade agrícola, pois com a retirada da vegetação nativa, transforma o solo num grande alvo da erosão, devido as fortes chuvas ocorridas na região. A rede hidrográfica é outra fonte de potencialidade econômica da Amazônia, pois seus leitos fluviais são de grande piscosidade, o que torna a área num importante atrativo natural para o turismo, às indústrias pesqueiras e a população ribeirinha. Com um clima equatorial, sem muitas mudanças de temperatura ao longo do ano, a região amazônica diferencia-se apenas nas épocas das chuvas (ou cheias dos rios) e das secas. Assim esta primeira época faz com que os rios transbordem e nutram as áreas de terras marginais ao leito dos mesmos. Com um solo essencialmente argiloso e a forte influência do escoamento fluvial, faz com que a Amazônia torna-se uma área de terras baixas, decapitando as formações existentes no seu substrato rochosos.


Condições Ambientais e Economicamente Sustentáveis

    Nos dias atuais é grande a devastação ambiental na Amazônia – queimadas, desmatamentos, extinção de espécies, etc. – fazem com que a região e o mundo preocupe-se com seu futuro, pois se trata da maior reserva florestal do globo. Ecologicamente a Amazônia está correndo muito perigo, devido ao grande atrativo econômico natural que é encontrado nesta região, o equilíbrio é colocado muitas vezes em risco. A exploração descontrolada faz com que as ideologias conservacionistas sejam deixadas de lado. As indústrias mineradoras geram conseqüências incalculáveis ao ambiente e nos rios são despejados muitos produtos químicos para esta exploração. A agricultura torna áreas de vegetação em solos de fácil erosividade e em resposta a tudo isso, gera-se um efeito “dominó” no meio ambiente, onde um é responsável e necessário para o outro. São poucas as atividades econômicas que não agridem a natureza. A extração da borracha, por exemplo, era uma economia viável ecologicamente, pois necessitava da floresta para o crescimento das seringueiras. Mas atualmente, esta exploração é quase rara, devido à falta de indústrias consumidoras. Nesse sentido, deverão ser tomadas medidas de aprimoramento nas explorações existentes nesta região, para que deixem de causar imensas seqüelas ao ambiente natural.



II – Domínio Morfoclimático dos Cerrados




Situação Geográfica

        Formado pela própria vegetação de cerrado, nesta área encontram-se as formações de chapadas ou chapadões como a Chapada dos Guimarães e dos Veadeiros, a fauna e flora ali situada, são de grande exuberância, tanto para pontos turísticos, como científicos. Vale destacar que é da região do cerrado que estão três nascentes das principais bacias hidrográficas brasileiras: a Amazônica, a São-Franciscana e a Paranáica.
Localizado na região central do Brasil, o Domínio Morfoclimático do Cerrado detém uma área de 45 milhões de hectares, sendo o segundo maior domínio por extensão territorial. Incluindo neste espaço os Estados: do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul, do Tocantins (parte sul), de Goiás, da Bahia (parte oeste), do Maranhão (parte sudoeste) e de Minas Gerais (parte noroeste). Encontrado ao longo de sua área cidades importantes como: Brasília, Cuiabá, Campo Grande, Goiânia, Palmas e Montes Claros.



Características do Povoamento

      Devido a sua localização geográfica ser no interior brasileiro, o povoamento e a ocupação territorial nesta região era fraca, mas o governo federal vem a intervir com os programas de políticas de interiorização do desenvolvimento nos anos 40 e 50, e da política de integração nacional dos anos 70. A primeira é baseada, principalmente, na construção de Brasília e a segunda, nos incentivos aos grandes projetos agropecuários e extrativistas, além de investimentos de infra-estrutura, estradas e hidroelétricas. Com estes recursos, a região vem a atrair investidores e mão-de-obra, e conseqüentemente ocorre um salto no crescimento populacional de cada Estado, como no Mato Grosso que em 1940 sua população era de 430 mil/hab. e em 1970 vai para 1,6 milhões/hab. Tal foi à resposta destes programas, que nos dias de hoje o setor agrícola do cerrado ocupa uma ótima colocação em produção, em virtude de migrações do sul do Brasil.



Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas

       Centrada no planalto brasileiro, o domínio do cerrado é dividido pelas formações de chapadas que existem ao longo de sua extensão territorial, estas que são “gigantescos degraus” com mais de 500 metros de altura, formadas na era geológica Pré-Cambriana, limitam o planalto central e as planícies – como a Pantaneira. Com sua flora única, constituída por árvores herbáceas tortuosas e de aspecto seco, devido à composição do solo, deficiente em nutrientes e com altas concentrações de alumínio, a região passa por dois períodos sazonais de precipitação, os secos e os chuvosos. Com sua vegetação rasteira e de campos limpos, o clima tropical existente nesta área, condiz a uma boa formação e um ótimo crescimento das plantas. Também auxiliado pela importante rede hidrográfica da região, de onde são oriundas nascentes das três maiores bacias hidrográficas do Brasil como foi destacado no início. Isto lhe dá uma imensa responsabilidade ambiental, pois denota a sua significativa conservação natural. Com um solo formado principalmente por latossolos, areais quartzosas e podzólicos; constituem assim um solo carente em nutrientes fertilizantes, necessitando de correção para compor uma terra viável à agricultura. Observa-se também, que este mesmo solo apresenta características à fácil erosividade devido às estações chuvosas que ali ocorrem e principalmente a degradação ambiental descontrolada, estes processos fazem a remoção da vegetação nativa que tornam frágeis os horizontes “A” frente aos problemas ambientais existentes, como a voçoroca.



Condições Ambientais e Ecologicamente Sustentáveis

        Em vista desses aspectos fisiográficos, o cerrado atraiu muita atenção para a agricultura, o que lhe tornou uma região de grande produção de grãos como a soja e agropastoril, com a ótima adaptação dos gados zebu, nelore e ibagé. Em virtude disso, o solo nativo foi retirado e alterado por outra vegetação, condizendo a uma maior facilidade aos processos erosivos, devido à falta de cobertura vegetal, seja ela gramínea ou herbácea. Nesse sentido, faz-se muito pouco pela preservação e conservação das matas nativas – a não ser nas áreas demarcadas como reservas bio-ecológicas. Outra exploração ativa é a mineral, como o ouro e o diamante, donde decorre uma grande devastação à natureza. Dessa forma, os governos, tanto federal, estadual ou municipal, deverão tomar decisões imediatas quanto à proteção do meio natural, pois deve ocorrer, sim, a exploração pastoril, agrícola e mineral dessa região, porém não se deve esquecer que para a efetiva existência dessas economias o ambiente deverá ser prudentemente conservado.




III – Domínio Morfoclimático de Mares de Morros



Situação Geográfica

        Este domínio estende-se do sul do Brasil até o Estado da Paraíba (no nordeste), obtendo uma área total de aproximadamente 1.000.000 km². Situado mais exatamente no litoral dos Estados do: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, da Bahia, Sergipe, de Alagoas, de Pernambuco, da Paraíba; e no interior dos Estados, como: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Incluindo em sua extensão territorial cidades importantes, como: São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Salvador, Recife, Porto Alegre e Florianópolis.



Características de Povoamento

      Como encontra-se na região litorânea leste do Brasil, foi o primeiro lugar a ser descoberto e colonizado pelos portugueses – tanto que é em Porto Seguro, Bahia, que atracou o navegante Pedro Álvares Cabral, descobrindo o Brasil. Com isso, a primeira capital da colônia portuguesa na América foi Salvador, onde iniciaram-se os processos de colonização e povoamento, respectivamente. É neste domínio que estão as duas maiores cidades brasileiras – São Paulo e Rio de Janeiro. Isto se deve a antiga constituição das duas cidades como centros econômicos, integradores, culturais e políticos. Foram muitos os resultados desse povoamento, como por exemplo, a maior concentração populacional do Brasil e a de melhor base econômica.



Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas

        Como o próprio nome já diz, é uma região de muitos morros de formas residuais e curtos em sua convexidade, com muitos movimentos de massa generalizados. Os processos de intemperismo, como o químico, são freqüentes, motivo pelo qual as rochas da região encontram-se geralmente em decomposição. Tem uma significativa gama de redes de drenagens, somados à boa precipitação existente (1.100 a 1.800 mm a/a e 5.000 mm a/a nas regiões serranas), que é devido à massa de ar tropical atlântica (MATA) e aos ventos alísios de sudeste, que ocasionam as chuvas de relevo nestas áreas de morros. Assim, os efeitos de sedimentação em fundos de vale e de colúvios nas áreas altas são muito intensos. A vegetação natural é da mata chamada Atlântica, com poucas áreas nativas de suma importância aos ecossistemas ali existentes. Sua flora e fauna são de grande respaldo ambiental e o solo é composto em sua maioria por latossolos e podzólicos, sendo muito variável. A textura se contradiz de região para região, pois é encontrado tanto um solo arenoso como argiloso. Como a sua extensão territorial alarga-se entre Norte – Sul, seu clima dependerá da sua situação geográfica, diferenciando-se em: tropical, tropical de altitude e subtropical.




Condições Ambientais e Economicamente Sustentáveis

       Lembrando que foi colocado anteriormente em relação ao povoamento, essas terras já estão sendo utilizadas economicamente há muitos anos. Decorrente disso, observa-se uma considerável desgastação do solo que elucida uma atual preservação das matas restantes. Esta região já sofreu muita devastação do homem e da sociedade e devem ser tomadas atitudes urgentes para sua conservação. Existem muitos programas, tanto do governo como privados, para a proteção da mata atlântica. Destaca-se por exemplo, a Fundação O Boticário (privado), que detém áreas de preservação ao ambiente natural e o SOS Mata Atlântica (governamental e privado). Neste sentido, a solução mais adequada para este domínio, seria a estagnação de muitos processos agrícolas ao longo de sua área, pois o solo encontra-se desgastado e com problemas erosivos muito acentuados. Deixando assim, a terra “descansar” e iniciar um projeto de reconstituição à vegetação nativa.




IV – Domínio Morfoclimático das Caatingas



Situação Geográfica

        Situado no nordeste brasileiro, o domínio morfoclimático das caatingas abrange em seu território a região dos polígonos das secas. Com uma extensão de aproximadamente 850.000 km², este domínio inclui o Estado do Ceará e partes dos Estados da Bahia, de Sergipe, de Alagoas, de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Piauí. Tendo como principais cidades: Crato, Petrolina, Juazeiro e Juazeiro do Norte.




Características do Povoamento

     Sendo uma das áreas junto ao domínio morfoclimático dos mares de morros, de colonização pelos europeus (portugueses e holandeses), sua história de povoamento já é bastante antiga. A caatinga foi sempre um palco de lutas de independência, seja ela escravista ou nacionalista. A região tornou-se alvo de bandidos e fugitivos contrários ao Reinado Português e posteriormente ao Império Brasileiro. Como o domínio das caatingas localiza-se numa área de clima seco, logo chamou a atenção dos mesmos para refugiarem-se e construírem suas “fortalezas”, chamados de cangaceiros. Com isso o processo de povoamento, instaurados nos anos 40 e 50, centrou-se mais em áreas próximas ao litoral, mas o governo federal investiu em infra-estrutura na construção de barragens, açudes e canais fluviais, surgindo assim o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). Entretanto, o clima “desértico” da caatinga, prejudicou muito a ocupação populacional nesta região, sendo que a caatinga continua sendo uma área preocupante no território brasileiro em vista do seus problemas sociais, que são imensos. Valendo destacar que com todos esses obstáculos sociais e naturais da caatinga, seus habitantes partem para migração em regiões como a Amazônia e o sudeste brasileiro, chamada de migrações de transumância (saída na seca e volta na chuva).




Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas

        Com o seu clima semi-árido, o solo só poderia ter características semelhantes. Sendo raso e pedregoso, o solo da caatinga sofre muito intemperismo físico nos latossolos e pouca erosão nos litólicos e há influência de sais em solo, como: solonetz, solodizados, planossolos, solódicos e soonchacks. Segundo Ab´Saber, a textura dos solos da caatinga passa de argilosa para textura média, outra característica é a diversidade de solos e ambientes, como o sertão e o agreste. Mesmo tendo aspectos de um solo pobre, a caatinga nos engana, pois necessita apenas de irrigação para florescer e desenvolver a cultura implantada. Tendo pouca rede de drenagem, os mínimos rios existentes são em sua maioria sazonais ao período das chuvas, que ocorrem num curto intervalo durante o ano. Porém existe um “oásis” no sertão nordestino, o Rio São Francisco, vindo da região central do Brasil, irriga grandes áreas da caatinga, transformando suas margens num solo muito fértil – semelhante o que ocorre com as áreas marginais ao Rio Nilo, no Egito. Neste sentido, comprova-se que a irrigação na caatinga pode e deve ser feita com garantia de bons resultados. Outro fato que chama a atenção, é a vegetação sertaneja, pois ela sobrevive em épocas de extrema estiagem e em razão disso sua casca é dura e seca, conservando a umidade em seu interior. Assim, a região é caracterizada por uma vegetação herbácea tortuosa, tendo como espécies: as cactáceas, o madacaru, o xique-xique, etc.



Condições Ambientais e Economicamente Sustentáveis

       Devido o homem não intervir de significativa maneira em seu habitat, o ambiente natural da caatinga encontra-se pouco devastado. Sua região poderia ser ocupada mais a nível agrícola, em virtude do seu solo possuir boas condições de manejo, só necessitando de irrigação artificial. Assim, considerando os fatos apresentados, a caatinga teria condições de desenvolver-se economicamente com a agricultura, que seria de suma importância para acabar com a miséria existente. Mas sem esquecer de utilizar os recursos naturais com equilíbrio, sendo feito de modo organizado e pré-estabelecido à não causar desastres e conseqüências ambientais futuros.



V – Domínio Morfoclimático das Araucárias



Situação Geográfica

       Encontrado desde o sul paulista até o norte gaúcho, o domínio das araucárias ocupa uma área de 400.000 km², abrangendo em seu território cidades importantes, como: Curitiba, Ponta Grossa, Lages, Caxias do Sul, Passo Fundo, Chapecó e Cascavel.



Características do Povoamento

        A região das araucárias foi povoada no final do século XIX, principalmente por imigrantes italianos, alemães, poloneses, ucranianos etc. Com isto, os estrangeiros diversificaram a economia local, o que tornou essa região uma das mais prósperas economicamente. Caracterizado por colônias de imigração estabelecidas pela descendência estrangeira, podemos destacar como principais pontos, as cidades de: Blumenau – SC , colônia alemã; Londrina – PR, colônia japonesa; Caxias do Sul – RS, colônia italiana. Mas a vinda desses imigrantes não foi só boa vontade do governo daquela época. O Brasil tinha acabado de terminar a sua guerra com Paraguai, que deixou muitas perdas em sua população, em virtude disso a solução foi atrair imigrantes europeus e asiáticos.




Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas

        Atualmente, a vegetação de araucária – chamada de pinheiro-do-Paraná, ou pinheiro-braseleiro – pouco resta, as indústrias de celulose e madeireiras da região, fizeram um extrativismo descontrolado que resultou no desaparecimento total em algumas áreas. Sua condição de arbórea, geralmente com mais de 30 m de altura, condiz a um solo profundo, em virtude de suas raízes estabelecerem a sustentação da própria árvore. A região das araucárias encontra-se no planalto meridional onde a altitude pode variar de 500 metros até cerca de 1.200 m. Isso evidencia um clima subtropical em toda sua extensão que mantém uma boa relação com a precipitação existente nesse domínio, variando de 1.200 a 1.800 mm. Nesse sentido, a região identifica-se com uma grande rede de drenagem em toda a sua extensão territorial. O solo é formado principalmente por latossolos brunos e também é encontrado latossolos roxos, cambissolos, terras brunas e solos litólicos. Com estas características, o solo detém uma alta potencialidade agrícola, como: milho, feijão, batata, etc. As morfologias do relevo se destacam por uma forte ondulação até um montanhoso, o que o representa num solo de fácil adesão a processos erosivos, iniciados pela degradação humana e social.



Condições Ambientais e Economicamente Sustentáveis

       Percebe-se atualmente que esta arbórea quase desapareceu dessa região, devido à descontrolada exploração da araucária para produção de celulose. Felizmente, medidas foram tomadas e hoje a araucária é protegida por lei estadual no Paraná. Mas os questionamentos ambientais não estão somente na vegetação. Devido este solo ser utilizado há anos vêem a ocorrer uma erosividade considerada. Em virtude do mesmo, surge a técnica de manejo agrícola chamada plantio direto, que evidencia uma proteção ao solo nu em épocas de pós-safra. Nesse sentido, o domínio morfoclimático das araucárias, que compreende uma importante área no sul brasileiro, detém um nível de conservação e reestruturação vegetal considerável. Mas não se deve estagnar esse processo positivo, pois necessitamos muito dessas terras férteis que mantém as economias locais.



VI – Domínio Morfoclimático das Pradarias





Situação Geográfica

       Situado ao extremo sul brasileiro, mais exatamente a sudeste gaúcho, o domínio morfoclimático das pradarias compreende uma extensão, segundo Ab’Saber, de 80.000 km² e de 45.000 km² de acordo com Fontes & Ker – UFV. Tendo como cidades importantes em sua abrangência: Uruguaiana, Bagé, Alegrete, Itaqui e Rosário do Sul.

Características do Povoamento

Território mãe da cultura gauchesca, suas tradições ultrapassam gerações, demonstrando a força da mesma. Caracterizado por um baixo povoamento, a região destaca-se grandes pelos latifúndios agropastoris, que são até hoje marcas conhecidas dos pampas gaúchos. Os jesuítas iniciaram o povoamento com a catequização dos índios e posteriormente surgem as povoações de charqueadas. Passando por bandeirantes e tropeiros, as pradarias estagnam esse processo (ciclo do charque) com a venda de lotes de terras para militares, pelo governo federal. Devido à proximidade geográfica com a divisão fronteiriça de dois países (Argentina e Uruguai), ocorreram várias tentativas de anexação dos pampas a uma destas nações – devido aos tratados de Madrid e de Tordesilhas. Mas as tentativas foram inválidas, hoje os pampas continuam sendo parte do território brasileiro.




Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas

        Como é uma área também chamada de pradarias mistas, o solo condiz ao mesmo. Segundo Ab’Saber, que o caracteriza como diferente de todos os outros domínios morfoclimáticos, existindo o paleossolo vermelho e o paleossolo claro, sendo de clima quente e frio. Denominado um solo jovem, devido guardar materiais ferrosos e primários, sua coloração vêem a ser escura. Estabelecido por um clima subtropical com zonas temperadas úmidas e sub-úmidas, a região é sujeita a sofrer alguma estiagem durante o ano. Sua amplitude térmica alcança índices elevados, como em Uruguaiana, considera a mais alta do Brasil, com 7° a/a. Isto evidencia suas limitações agrícolas, pois o solo é pouco espesso e têm indícios de pedrugosidade. Assim, caracteriza-o a uma atividade pastoril de bovinos e ovinos. Com a utilização do solo sem controle, denota-se um sério problema erosivo que origina as ravinas e posteriormente as voçorocas. Esse processo amplia-se rapidamente e origina o chamado deserto dos pampas. A drenagem existente é perene com rios de grande vazão, como: Rio Uruguai, Rio Ibicuí e o Rio Santa Maria.



Condições Ambientais e Economicamente Sustentáveis

         O domínio morfoclimático das Pradarias detém importantes reservas biológicas, como a do Parque Estadual do Espinilho (Uruguaiana e Barra do Quarai) e a Reserva Biológica de Donato (São Borja). As condições ambientais atuais fora desses parques, são muito preocupantes. Com o início da formação de um deserto que tende a crescer anualmente, essa região está sendo foco de muitos estudos e projetos para estagnar esse processo.                Devido ao mau uso da terra pelo homem, como a monocultura e as queimadas, essas darão origem as ravinas, que por sua vez farão surgir às voçorocas. Como o solo é muito arenoso e a morfologia do relevo é levemente ondulado, rapidamente os montantes de areia espalham-se na região ocasionados pela ação eólica. Em virtude a tudo isso, poucas medidas estão sendo tomadas, exceto os estudos feitos. Assim, as autoridades locais deverão estar alerta, para que esse processo erosivo tenha um fim antes que torne toda as pradarias num imenso deserto.



Faixas de Transições

       Encontrados entre os vários domínios morfoclimáticos brasileiros, as faixas de transições são: as Zonas dos Cocais, a Zona Costeira, o Agreste, o Meio-Norte, as Pradarias, o Pantanal e as Dunas. Espalhadas por todo o território nacional, constituem importantes áreas ambientais e econômicas.




Faixas de Transição Nordestinas

        A zona dos cocais, representa uma importante fonte de renda à população nordestina, pois é nessa área principalmente, que se faz à extração dos cocos. A zona costeira detém outra característica, é uma importante região ambiental, onde se encontra a vegetação de mangue, que constitui um bioma riquíssimo em decomposição de matéria. Outra faixa de transição é o agreste, que é responsável pela produção de alimentos para o nordeste, como: leite, aves, sisal, entre outras matérias primas para indústrias. No litoral cearense, encontra-se as dunas, que é uma região de montantes de areias depositados pela ação dos ventos e de constante remodelação.
        O meio-norte se estabelece entre a caatinga do sertão e a Amazônia (Maranhão e Piauí). Com uma diversidade de vegetação como cerrado e matas de cocais, o meio-norte detém sua economia na pecuária bovina, chamada de pé-duro e na criação do jegue. A carnaúba e o óleo de babaçú são outras fontes de extrativismo. Sem esquecer que todas estas zonas demonstradas situam-se na região nordestina brasileira.
Faixa de Transição da Região Sul Brasileira
    Na região sul, encontra-se a zona de transição das Pradarias, que se situa entre os domínios morfoclimáticos da Araucária e das Pradarias. São geralmente campos acima de serras e são encontradas vegetações do tipo araucárias, de campo, floresta e cerrado. Assim, os sistemas naturais situados nessa região, são de fundamental importância para o meio natural envolvente a ela.




Faixa de Transição – Pantanal

       O pantanal é uma das principais zonas de transição encontrada no Brasil. Ele é um complexo ambiental de suma importância, pois compreende uma grande diversidade de fauna e flora. Situado em regiões serranas e em terras altas, o pantanal é considerado um grande reservatório de água, devido encontrar-se numa depressão entre várias montanhas. Sua rede fluvial é composta por rios, como: Cuiabá, Taquari, Paraguai etc, sendo considerados rios perenes.
         Como o pantanal passa por duas estações climáticas durante o ano, a seca e as cheias dos rios, essa região detém características e denominações únicas, como: “cordilheira” – que significa áreas mais altas, onde não sofrem alagamentos (pequenas elevações); salinas – regiões deprimidas que se tornam lagoas rasas e salgadas com as cheias dos rios; barreiros – são os depósitos de sal após a seca das salinas; caixas – canais que ligam lagoas, existindo somente durante as inundações; e vazante – cursos d´aguas existente durante as épocas das chuvas. Com tudo, o pantanal sofre conseqüências ambientais como a exploração mineral, que poluem intensamente os rios – considerados como os responsáveis pela existência da biodiversidade da região. A pecuária e a utilização de enormes monoculturas, fazem o despejo de uma grande quantidade de agrotóxicos aos rios.
Nesse sentido, a preservação dessas zonas de transição são consideradas de suma importância para a existência dos domínios morfoclimáticos brasileiros. Pois eles estabelecem uma relação direta com a fauna, flora, hidrografia, clima e morfologia, conservando o equilíbrio dos frágeis sistemas ecológicos.